segunda-feira, 10 de setembro de 2012


A eleição e seu perspectivo planejamento


 É impossível pensar em eleições, nos dias de hoje, sem pensar numa estrutura de marketing atuando em todos os segmentos do eleitorado.
Propaganda eleitoral deixou de ser apenas o ato de imprimir alguns milhares de folhetos coloridos e pichar os muros da cidade com o nome do candidato. As campanhas eleitorais deixaram de ser intuitivas e se tornaram racionais, os palpites gratuitos cederam lugar à pesquisa; os temas principais, com determinadas palavras-de-ordem, aparentemente corretas, mas aleatórias, agora têm origem em slogans com conceito e estratégia. Enfim: a propaganda política deixou para trás o amadorismo para se tornar profissional.
Comparando com campanhas de produtos e serviços: de um lado está o produto/serviço; do outro, o mercado consumidor. Na campanha eleitoral, de um lado o candidato e do outro os eleitores, temos requisitos básicos para o sucesso de uma campanha eleitoral; que são: a existência de planos estratégicos, de orientação geral e detalhamento de atividades, tempo e recursos, a existência de mão-de-obra especializada em propaganda, a existência de um monitoramento durante todo o processo;
Alguns elementos compõem o quadro de planejamento de uma campanha de marketing político:

 O meio ambiente em que se realiza a campanha eleitoral e que vai proporcionar oportunidades e ameaças ao sucesso de um candidato, a administração da campanha eleitoral, que é a sua principal força de vendas, formada pelo próprio candidato, o seu partido político e os grupos de interesse alinhados com a sua candidatura o conceito de produto, que é a filosofia política do candidato, a escolha de temas específicos a serem tratados e a definição de suas posições a propósito dos temas. Além da formulação e da adoção de um estilo pessoal que conserve e amplie suas qualidades, canais de comunicação e distribuição, que envolvem decisões e ações a respeito da utilização de mídia de massa e seletiva, aparições voluntárias, auxílio voluntário e partidário, segmentos de eleitores diferenciados, acompanhamento e revisão contínua e sistemática de resultados que impliquem em reorientação da campanha.
Além dos eleitores propriamente ditos, há outros grupos que precisam ser estimulados, tais como o partido político, os contribuintes da campanha eleitoral e os grupos de interesse alinhados à candidatura. Para isso, a Assessoria Política da campanha deverá canalizar de maneira adequada o seu potencial em função das necessidades imediatas. O Candidato – obtém preferências com base:

No seu nome, no seu talento pessoal em dar início a uma reação emocional, na sua habilidade em utilizar a
PALAVRA em um dia de massa, na sua capacidade de se projetar.

 Além disso, há todo um processo de desenvolvimento pelo qual o candidato deve passar, apresentar uma personalidade bem definida. Como acontece com os produtos, uma imagem de qualidade, ainda na comparação com o marketing de produtos, deve identificar-se com uma instituição que lhe dê apoio e credibilidade: a própria inscrição partidária, definida a personalidade e colocada num contexto de organização (o partido), o candidato deverá impor sua marca (seu nome).
Em resumo, o candidato deve:
Planejar formalmente a sua estratégia de campanha, sua postura diante dos problemas, sua propaganda, suas aparições, sua base para a obtenção de fundos, sua monitoria da situação, seus objetivos, sua alocação de recursos e o tempo de que dispõe para obter a aprovação dos eleitores, construir uma forte organização de ações, capaz de reforçar, durante todo o processo, as posições assumidas durante a campanha eleitoral, sem que ocorra a perda de campos já conquistados.

Mas normalmente estamos vivendo em um mundo globalizado e consequentemente na era virtual, o que ajuda e muito os candidatos a fazerem a divulgação de suas respectivas campanhas eleitorais.
Não se pode negar que sites de relacionamento e outros mais dão um grande empurrão nas campanhas eleitorais, seja para a para a parte de cima das pesquisas ou até mesmo da parte baixa que mede as intenções de voto dos eleitores. Outro fato que se deve olhar, é que o eleitor vem mudando a cada dia, pesquisas feitas recentemente, mede o interesse do eleitor pela política e também o que esse eleitor pensa em relação á atitude do pretendente a vaga, seja ele executiva ou legislativa.
Normalmente é notável, nos “faces book da vida” candidatos debatendo de forma arrogante e até mesmo mostrando o seu despreparo de forma truculenta e com teor ilícito. O fato é que esses candidatos são em algumas vezes aplaudidos por alguns e odiados por tantos outros, fazer política com sabedoria e com muita exatidão não é fácil e esse preparo não se consolida da noite para o dia.
Outro fato a ser observado por candidatos de primeira disputa (os chamados de marinheiros de primeira viajem) é a falta de criatividade, hoje em dia já existem pessoas que dão todo suporte para que estes não passem por situações desagradáveis diante de seus eleitores, exemplos de falta de criatividade: fixar enormes placas em locais públicos (aquelas que parecem picolés), tentar difamar a vida política de outro candidato ou pessoas ligadas a esses e com isso tentar obter para si próprio situações que ajudem em sua campanha, (o chamado jogo sujo), promover a compra de votos ao invés da consolidação de propostas que envolva toda a população, usar pessoas mais simples para auto promover-se, usar o face book e outras redes sociais ou mídias para ofender pessoas, etc.

O jogo político em hora alguma é um jogo fácil, mas deveria ser no mínimo um jogo que fizesse valer a constituição plena do direito de todos. O direito de votar e ser votado!



                                                                                  Por: José Carlos Gomes
                                               José Carlos Gomes é graduando em Ciências Sociais pela UFG, escritor, analista e consultor político.  

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